Golpes Digitais
Podemos concordar que todo mundo tem um smartphone hoje em dia certo? O Brasil tem 424 milhões de dispositivos digitais em uso (fonte FGV) - mas com o acesso fácil a essa tecnologia por pessoas de todas as idades, escolaridades e classes sociais, temos um outro problema em crescente expansão: os golpes digitais.
Um golpe digital é basicamente quando um criminoso usa de um meio eletrônico para conseguir vantagem, roubo, sequestro ou suborno de vítimas e seus dados, e estudos mostram que durante a pandemia este tipo de crime vem aumentando consideravelmente.
Vamos entender antes de mais nada, quais são os tipos de golpes digitais mais utilizados:
Mobile Malware
É um golpe cada vez mais comuns em celulares. Ele instala um programa malicioso em seu dispositivo e rouba dados como o de banco ou senhas do usuário. Geralmente o usuário é direcionado ao aplicativo malicioso por Links compartilhados ou até mesmo por Apps maliciosos na própria PlayStore, algumas vezes com nomes similares aos aplicativos corretos.
Este tipo de isca é o "phishing" que vamos ver mais no próximo item.
Phishing
O phishing é um golpe muito frequente. O nome é um trocadilho de "fishing" que significa "pescaria", pois é exatamente isso que ele faz, ele tenta "pescar" a confiança do usuário com iscas falsas.
É uma maneira e fazer o usuário passar dados pessoais e senhas em um site ou aplicativo falso, acreditando que estava no local correto. O exemplo mais clássico nos smartphones hoje em dia são os SMSs imitando correspondentes bancários, uma mensagem pedindo que você clique em um Link para atualizar seus dados cadastrais e ter direito ao seu benefício por exemplo, quando você clica, você cai em um site idêntico ao do banco, mas na verdade está passando dados aos criminosos.
Agora apps falsos também estão virando moda na PlayStore, como as regras para subir um App na loja do Google não são tão severas, acaba sendo um ambiente propício ao phishing.
Ransomware
Ransomware é um tipo de malware que impede o acesso aos dados do sistema infectado e cobra um resgate em criptomoedas para que o acesso possa ser restabelecido.
Se o pagamento não for feito, os dados podem ser expostos na internet, como fotos, mensagens ou vídeos privados, ou então bancos de dados de empresas podem ser destruídos.
Clonagem de Whatsapp e similares
Este também é um golpe muito comum no Brasil, o levantamento feito pelo "dfndr lab", laboratório de segurança da PSafe, revelou que aproximadamente 12 mil brasileiros são afetados por dia por este golpe.
Basicamente alguém entra em contato com a vítima se passando por alguma instituição de confiança, e solicitando a digitação de um código que aparece na tela do usuário. Ao passar o código, a vítima está dando na verdade a chave para a clonagem de seu aparelho.
Geralmente logo após este passo, os bandidos passam a enviar mensagens a todos os contados do celular da vítima se passando pela mesma e solicitando ajuda financeira.
Por que há tantos ataques? Os sistemas não são seguros o bastante?
Aí que está, os sistemas são seguros, mas os criminosos se aproveitam do elo mais fraco da corrente: o usuário, enquanto o usuário final não for capaz de reconhecer e diferenciar golpistas de outras pessoas, não existirá sistema seguro o bastante.
O nome da exploração dessa falha é "Engenharia Social", é todo o conjunto de formas que os cibercriminosos utilizam para manipular os usuários, psicologicamente e emocionalmente, de forma a fazê-los crer que estão passando informações a pessoas e entidades corretas.
Caí em um golpe, e agora?
É importante registrar Boletim de Ocorrência, consiga o máximo de informações que você puder do golpe/golpista. Prints, diálogos, extratos. O Brasil já conta com algumas delegacias especializadas em crimes virtuais, o governo de SP inaugurou em dez/2020 a "Divisão de Crimes Cibernéticos (DCCIBER)".
Se o golpe envolveu perde de valores financeiros, comunique imediatamente seu banco, eles já possuem setores especializados para esta situação e no caso por exemplo, de compras fraudulentas podem estornar as mesmas.
Como se proteger?
Pode parecer algo complexo, mas na verdade é muito mais fácil do que parece:
Regra 1: Sempre desconfie. Não acredite em nenhuma mensagem recebida, mesmo vinda de pessoas ou empresas confiáveis. Aquele Link de oferta relâmpago, aquele sorteio incrível, aquela promoção, duvide de qualquer coisa, converse com quem enviou, cheque as fontes.
Regra 2: Nunca se esqueça da regra 1. É sério, é uma loja desconhecida? Cheque o CNPJ, as reclamações, os comentários nas redes sociais. É um site de notícias que você nunca ouviu falar? Procure a mesma notícia sites conhecidos.
Regra 3: Tenha um antivírus instalado, sim, mesmo nos smartphones.
Regra 4: Configure o código PIN de segurança de seu WhatsApp, para poder recuperá-lo caso alguém tente tomá-lo de você.
Bancos não enviam Links ou solicitações de cadastro ou download por SMSs ou e-mails.
Regra 5: Não use seu cartão de crédito em qualquer loja virtual, muito menos passe os dados como validade e código de autorização (aquele de 3 dígitos) para qualquer pessoa. Uma dica é usar aquele gerador de cartão virtual que muitos bancos tem, ele dura apenas 1 compra e 24 horas, desta forma, mesmo que os dados caiam em mãos erradas, os bandidos nunca conseguiram comprar com ele.
Caso você não tenha a opção de "cartão virtual" - tente manipular seu crédito de forma a deixá-lo sempre baixo, aumentando apenas no caso de necessitar de uma compra maior, alguns bancos também permitem essa flexibilidade direto pelo aplicativo.
Regra 6: Troque suas senhas com frequência.
Regra 7: Faça backup de seus dados pessoais e/ou empresariais frequentemente.
LEMBRE-SE: você é o elo fraco da corrente, esteja sempre atento!
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Autor: Willian Soares